O prolapso da valva mitral é uma condição na qual os folhetos anterior e posterior da valva mitral, localizados entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo, não se fecham adequadamente devido a um “desnivelamento” da sua linha normal de coaptação. Essa disfunção pode levar ao refluxo de sangue do ventrículo para o átrio esquerdo, causando sintomas como palpitações, falta de ar e fadiga. O prolapso da valva mitral vezes pode ser assintomático, mas nos casos mais graves pode requerer intervenção.
O diagnóstico correto envolve uma anamnese e exame clínico detalhados, uma cuidadosa ausculta cardíaca, além de exames de imagem como ecocardiograma, que permite uma visualização detalhada do funcionamento das válvulas cardíacas e do fluxo sanguíneo através delas. Uma vez confirmado o prolapso, a abordagem terapêutica dependerá da magnitude dos sintomas do paciente e do risco de eventuais complicações futuras advindas do prolapso.
O tratamento conservador é reservado aos casos leves, envolvendo monitoramento regular e medicamentos para controle de sintomas (se presentes). No entanto, em situações mais graves, a valvoplastia mitral pode ser considerada.
A valvoplastia mitral é o procedimento cirúrgico, convencional ou minimamente invasivo, realizado com a finalidade de se reparar a válvula mitral. Durante a valvoplastia mitral, o prolapso é corrigido de acordo com o fator causal do defeito, ajustando-se as estruturas da válvula mitral. Esse ajuste pode incluir o encurtamento de cordas tendíneas alongadas, a remodelação do anel valvar e/ou a correção de outras deformidades estruturais dos folhetos. O objetivo precípuo da plastia valvar é restaurar a função normal da válvula, impedindo o refluxo sanguíneo anormal para o átrio esquerdo.
O tratamento percutâneo transcatéter através da clipagem dos folhetos bordo-a-bordo reserva-se aos pacientes de alto risco operatório, notadamente idosos frágeis com comorbidades.
A abordagem minimamente invasiva para valvoplastia mitral envolve incisões torácicas menores, com assistência de uma câmera de vídeo e uso de instrumentais cirúrgicos específicos e dedicados a essa modalidade de cirurgia. Essa cirurgia proporciona um menor trauma cirúrgico, resultando num menor tempo de recuperação e de retorno do paciente às suas atividades habituais. No entanto, a indicação dessa técnica depende da avaliação clínica, critérios de elegibilidade do paciente e da experiência do cirurgião com o método.
Após a valvoplastia mitral, os pacientes passam por um período de recuperação, que inclui cuidados pós-operatórios, acompanhamento médico regular e fisioterapia de reabilitação cardíaca. O bom cumprimento dessas etapas são primordiais para garantir a eficácia do tratamento a longo prazo, e a aderência a um estilo de vida saudável, que deve incluir dieta balanceada e exercícios regulares, elementos fundamentais para manter uma boa saúde cardíaca.
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